quinta-feira, 29 de julho de 2010

EDITAIS SEPROMI

SECRETARIA DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE APOIA PROJETOS DA SOCIEDADE CIVIL COM DIMENSÕES DE RAÇA E GÊNERO

http://www.sepromi.ba.gov.br/modules/mastop_publish/?tac=1014

EDITAL DE SELEÇÃO DE PROJETOS - 2010/2011

A Secretaria de Promoção da Igualdade torna público o presente EDITAL DE SELEÇÃO DE PROJETOS da sociedade civil (entidades do movimento social, organizações não governamentais, associações) para apoio institucional técnico-financeiro a projetos sociais, com ênfase em raça e/ou gênero. O processo seletivo tem o objetivo de celebrar CONVÊNIO com a entidade selecionada, em consonância com as diretrizes e critérios abaixo descritos.

1. DA AUTORIZAÇÃO.

Os projetos serão apoiados com recursos estaduais, oriundos do PROJETO/ATIVIDADE 14.422.190.3645- Apoio Técnico-financeiro a PROJETOS DE ORGANIZAÇÕES DOS NEGROS E DE MULHERES e outros que possam ser captados através de convênios com outras entidades de direito público ou privado.
1.1 - A seleção dos projetos não obriga a Secretaria de Promoção da Igualdade a formalizar
imediatamente os convênios, caracterizando apenas expectativa de direito para os selecionados. O prazo de validade desses projetos coincidirá com o calendário integrante desse Edital.

2. OBJETIVO GERAL

Selecionar e dar apoio institucional a projetos apresentados por entidades sediadas no Estado da Bahia, para o desenvolvimento de ações relacionadas às finalidades da SEPROMI – promoção da igualdade racial e de gênero, promoção e defesa dos direitos das mulheres, promoção e defesa de direitos dos negros, inclusive o fortalecimento de comunidades quilombolas e de terreiros de religiões de matriz africana, em uma das seguintes categorias:

2.1 – FORMAÇÃO EM PROMOÇÃO DA IGUALDADE: projetos desenvolvidos nas modalidades oficinas ou cursos para a formação cidadã, nas dimensões racial e/ou de gênero, carga horária de no mínimo 16 horas com apresentação detalhada da programação do evento e, ao final, relatório de avaliação de resultados.

2.2 - EVENTOS: projetos de seminário, encontro, manifestação pública e similares, para o fortalecimento da organização política e a popularização da temática racial e/ou de gênero, com a apresentação detalhada da programação do evento e, ao final, relatório de avaliação de resultados.

2.3 - REGISTRO E MEMÓRIA: projetos de registro de experiência ou memória sobre personalidades, organizações da sociedade civil ou manifestações étnico-politico, relacionadas à defesa de direitos e à promoção da igualdade racial e/ou de gênero, que resultem na produção de vídeo-documentário, exposição fotográfica, catálogo, livro ou similar.

2.4 - DATAS DE REFERENCIA HISTÓRICA: projetos, nas dimensões racial e/ou de gênero, para os meses de março/2010 e novembro/2010, formulados para as comemorações do 8 de março, Dia Internacional da Mulher e do 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.

3. FORMAS DO APOIO INSTITUCIONAL.

O apoio institucional será concedido na forma total ou parcial, não excedendo ao limite de R$20.000,00 (vinte mil reais), mediante a celebração de convênio, observadas as disposições legais previstas na Lei Estadual 9433/05, excluindo-se, inclusive, despesas relativas à reforma e ampliação de sedes, aquisição de equipamentos e contratação de pessoal para atividades administrativas.

Conversas sobre Cultura n° 2

Venha participar do 2º dia do “Conversas sobre Cultura-Xisto Bahia”, projeto que promove encontros quinzenais, às sextas-feiras, que abre espaço para palestras e diálogos com artistas, discutindo, entre outras coisas, problemas e possíveis soluções que existem no cenário artístico do estado e as iniciativas inovadoras que vêm sendo utilizadas para a promoção da cultura. Esses encontros têm o objetivo de fazer conhecer, compartilhar e multiplicar essas experiências.
O tema desta sexta-feira, dia 30/07, será “residência e ocupação de espaços”.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

OGUM DEUS E HOMEM



Encontros de Direção e Produção

Nos dias 28, 29 e 30 de julho acontecem, no Centro Cultural Plataforma, os “Encontros de Direção e Produção Teatral”, onde a diretora Fernanda Júlia Barbosa e a produtora Susan Kalik, estarão trocando idéias e informações sobre os processos a cerca da montagem e produção de espetáculos teatral, com ênfase em Ogum, Deus e Homem que estréia em Setembro no Teatro Martim Gonçalves.

Inscrições

Poderão participar das oficinas diretores de grupos de teatro que trabalhem com a linguagem afro-baiana, diretores de grupos de teatro do subúrbio e alunos da Escola de Teatro da UFBA.

As inscrições serão feitas pelo site: http://ogumdeusehomem.blogspot.com, ou pelo http://www.plataformacultural.com/, a partir do dia 21/07/2010.

Espetáculo Sete Ventos




Com texto criado a partir de entrevistas com mulheres negras, o espetáculo conta a história de Bárbara, uma escritora negra, filha de Iansã, que conta e revive as histórias das mulheres que influenciaram a sua vida.

O monólogo, conduzido pela atriz Débora Almeida, mostra a história do próprio negro brasileiro, que tenta reconstruir sua história e sua identidade cercado pelas contradições do seu cotidiano.

Cabaré dos Novos
Dia 24 e 25 de julho| sábado e domingo | 17h
Entrada franca (retirar ingressos na bilheteria até uma hora antes do evento)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Em uma outra Cidade Próxima

Eu queria poder fazer uma postagem todo dia, assunto é que não falta relacionados às temáticas do Nós na Cidade, no entanto acabei de entrar em uma outra cidade que está exigindo muito de mim.

Estou acordando todos os dias 5 horas da manhã, dormindo quando consigo sempre depois da 00h, imagine você que fazia pouco tempo que não saía bem da cama antes das 10h, só levantava cedo quando tinha compromisso e agora, por obrigação, necessidade, pasme, prazer, eu estou conseguindo sentir prazer em acordar cedo, (se eu não estivesse vivendo esta situação e alguém me contasse, não acreditaria), para dar aulas para crianças e jovens em um programa chamado PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil em Lauro de Freitas.

Fui contratada através de concurso publico temporário para ser Agente Social pela prefeitura da cidade, tenho que dar aulas em turnos opostos as aulas das meninas e meninos, turmas mistas, com crianças de 8 a 11 anos e adolescentes com 12 aos 15 anos. Imagine você que sendo esses meninos e meninas tudo em uma sala só.

Pois é. Ninguém me disse que ia ser fácil, a primeira coisa que está sendo difícil para mim é dormir e acordar, sempre gostei de dormir tarde, escrevendo, lendo, assistindo filme e acordar qualquer hora, principalmente depois das 10 horas, mas agora, estou tendo que adaptar meu corpo ao novo sistema.

Estou ainda na primeira semana na Sala de aula. Mas apesar de ser Licenciada em Teatro pela Escola de Teatro da UFBA tive que me submeter ao sistema, aplicando aulas de Leitura e Escrita, Artes, Meio Ambiente, Lúdico Matemático (é hoje a primeira aula e eu ainda não sei o que fazer) e Jogos e Esportes.

Estou com muito trabalho mesmo, mas vamos lá para o 4º dia de aula, primeiro dia de Lúdico Matemático.

Se alguém quiser saber o resultado é só me perguntar eu conto, mas se vocês quiserem saber mesmo, eu até sei matemática, mas se você não tem didática para aplicar fará um trabalho satisfatório?

Estou indo, não posso perder o ônibus, tenho que está lá as 8 horas em ponto e não posso chegar atrasada.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Áfricabaianidade


Sou africano no sangue
Na nacionalidade
No sentimento
Na força
Na nostalgia
Na luta
Na liberdade
No amor a terra
Na amizade
No grito
Na humildade
No canto
Eu sou Ilê
Sou Oludum
Maculelê
E o Candomblé
Eu sou africano
De raça e de cor
Sou simples humano
Que falo de amor


Valdíria Souza

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Público lotou o Teatro Estádio nos 4 espetáculos das Dionisíacas

O Teatro Oficina deve ter obtido o mesmo sucesso de publico que teve das outras vezes quando esteve em temporada em Salvador.

O Teatro Estádio construído em um terreno recém desmatado no Campus de Ondina, atrás da Escola de Dança da UFBA, possuía arquibancadas com capacidade para 2.000 pessoas. E mesmo com o São João, o público compareceu.

O primeiro dia com Taniko uma peça do repertório Nô Japonês, mas recriada pelo teatro Oficina, como Nô Bossa Nova Tranzênico, foi o único dia que as arquibancadas não ficaram totalmente lotadas.

Em todos os espetáculos os atores pediam a participação do público, muitas vezes para cantar, ou até para entrar em cena, para dançar, torcer e se divertir.

Em Taniko fomos chamados para amarrar uma fita em uma árvore que no espetáculo representava o “teatro da árvore nagi, no Templo Imaguma-no”, menção as Cerejeiras Japonesas, em Salvador eles fizeram ligação direta com as árvores sagradas do candomblé, a música cantada durante a encenação da fita, “Faixa de Cetim” de Ary Barroso remetia as nossas tradições nos cultos afros.

Uma encenação leve, com muitas alegorias em cena, poesia, pouco ou nenhum nu, com muitas informações sobre personagens do teatro Japonês que me fizeram viajar em algumas pesquisas na internet para saber mais.

No segundo dia do Dionisíacas tive uma aula de história do Teatro Brasileiro com a peça Cacilda! Estrela Brazyleira a Vagar (brasileira é escrito assim mesmo). Trata-se de um musical com trilha ao vivo, composta por música de todas as épocas.

O público foi convidado a entrar no teatro com canções que remetiam ao período junino e logo após Zé Celso, comandou uma pequena quadrilha com o público fazendo um túnel na entrada do teatro. Foi só alegria!

Me diverti muito neste espetáculo, mas gostaria de deixar registrado dois momentos que me marcaram profundamente, o primeiro foi a torcida para Emilinha Borba e Marlene. O Público foi chamado para torcer pelas atrizes que apareceram uma em cada canto do estádio, eu gritei tanto, mas tanto que fiquei rouca, mas foi uma delícia, ver acontecer ali o que acontecia no teatro brasileiro, onde as estrelas tinham torcidas organizadas que disputavam no grito.

O segundo momento foi entrar em Terras dos Sem Fim de Jorge Amado e ir parar em Ilhéus, cidade onde nasci, junto com Cacilda e todo elenco do Oficina com um delicioso banho de chocolate, para saber mais convido todos a entrarem no Blog de Demian Reis e conferi fotos e a postagem “Cacilda de Zé Celso teve sabor de chocolate de Ilhéus”.

O terceiro dia Bacantes, o espetáculo mais musical do Teatro Oficina, com danças, mitologia grega, trazendo para cena os sátiros e os deuses, porém acrescidos de representações de rituais xamânicos, indígenas e africanos.

É um espetáculo definido pelo próprio grupo como “um inédito estilo de musical a Ópera de Carnaval”, onde o público se divertia cantando e dançando dentro do espaço de encenação que foi aberto por um carro que trazia os personagens.

O CarroNaval da Carranca na Proa atraca no Canal, trazendo toda, a tripulação com as fantasias, balagandãs phalos abrindo comassobios de trombetas de Zé Pereira.

Para o Susuro de Carnaval: Evoé!

CORO

(cantando)

Quem disse que a escola de samba não sai,

Não tem cabeça pra pensar,

A escola, vai sair,

E o povo vai cantar

E eu vou gargalhar

Quá, quá, quá, quá

Quá, quá, quá, quá

Não tem perdão

Não é a primeira vez

Você errou sem querer,

Coração

CORO

ió! Pã!

(o carro entra assoviando o Zé Pereira,

com muita cautela, em cada novo Porto, levanta o mastro e os Tyrsos Trombetas)

Das terras da Ásia

das santas montanhas floridas

do Tmolo!

Eu chego

com o deus do barulho!

(Rodando ovalmente por todo espaço saudando o publico e o cosmos)

iÓ! iÓ! iÓ!iÓ! iÓ! iÓ! iÓ!iÓ!

iÓ! iÓ! iÓ!iÓ! iÓ! iÓ! iÓ!iÓ!

A dor é doce

O fardo é leve

Cantando

Evoé Baco! Evoé!”

Diversas vezes me remeti aos grandes espetáculos de circo que assisti quando era criança, onde o público era sempre convidado a torcer e acompanhar e foi muito disso que vi em cena também, principalmente quando os atores entraram jogando água no público, provocando uma imensa gritaria, por desconforto de uns e divertimento de outros.

O quarto e último dia O Banquete, que fecha o estádio. O Clássico diálogo de Platão recriado pelo Oficina “como forma de encontrar uma nova arte do falar, mais próxima do canto, do phalar”.

Fomos convidados no início do espetáculo a deixar nossos sapatos em uma sacola plástica e se quisesse sentar/deitar nos colchões ao lado da mesa onde seria servido o Banquete. Eu preferi sentar junto à mesa para participar mais ativamente do Banquete, que servia vinho, para quem havia pagado na entrada o valor de R$ 5,00 por taça (durante o espetáculo o vinho deveria ter sido servido ao público 3 vezes) e muitas frutas e beijus em grandes cestas colocadas a mesa para todos.

Após os personagens do Banquete ter se colocado ao lado do público o personagem Agatão, vestido como Dionísios das Bacantes (o dia anterior) abre o Banquete dizendo o seguinte:

“AGÁTÃO

Comecemos.

Ao Banquete, já!

Quem veio pra cá

com pé atrás

espero terem no Armário depositado como jóia

toda a paranóia…

(para os Garotos e Garotas Escravo(a)s)

Mimem nossos convidados mais que gueixas

não vamos dar asas pra queixas.

E vocês meus convidados

comam todos os desejos por vocês desejados

não vou dirigir nem deixar nada determinado,

eu mesmo não quero passar de um convidado.

Oh vocês, cada belo ou bela Ganimedes,

sirvam-nos com o que o desejo péde

nós vamos vos servir com amor que não se méde”

Durante toda encenação fomos convidados a comer, beber e a subir na mesa/palco para participar da encenação. Beijos, abraços, desejos, “amor que não se mede”, claro para quem “depositou no armário toda paranoia”.

De um lado a Cantata para Eros, promovida pelos personagens Agatão, Pausânias, Erixímaco, Aristófanes, Orfeu, Alceste, Aquiles, Pátroclo, Hector, Paris, acompanhados pelo Coro das Bacantes e dos Satyros e do outro lado o Olimpo com os deuses gregos Zéus, Hera, Apolo e Eros.

Não tenho muito o que falar desse dia, se eu fosse descrever tudo o que aconteceu, tudo que eu vivi e senti não acabaria hoje, ficaria aqui dias escrevendo esta postagem, mas o meu objetivo na realidade era registrar essa passagem do Teatro Oficina, que realizou na Escola de Dança da UFBA diversas oficinas e esses quatro espetáculos que teve lotação completa todos os dias, apesar que todos os dias, devido a longa duração dos espetáculos, problemas com transporte publico de nossa cidade e também talvez por não ter gostado do espetáculo, as pessoas se retiravam durante a encenação.

Notei que no Banquete a saída do público do teatro estádio foi logo no início do 1º ato onde não havia dado tempo nem de esquentar o lugar.

Tenho que parabenizar o teatro Oficina pela vivência proporcionada, tanto na oficina de atuação que eu participei na escola de Dança, que no primeiro dia foi realizada com os integrantes de todas as oficinas, mais de 100 pessoas, tanto nos espetáculos que me fizeram sentir-me livre e feliz, mesmo rouca, cantando, dançando participando ativamente quando era chamada.

Termino aqui com a seguinte frase do hinário distribuído junto ao programa da peça:

“Se não tivesse vinho, não tinha Vênus e nenhum prazer aos mortais ia sobrar, aí então, melhor era tudo se acabar”

Evoé!