quinta-feira, 24 de junho de 2010

TURNÊ DO TEATRO OFICINA CHEGA A SALVADOR COM DIONISÍACAS


O Teatro Oficina chega a Salvador sob a direção de Zé Celso Martinez Corrêa para apresentar quatro peças que integram a turnê nacional do Dionisíacas em Viagem. O projeto tem apoio do Ministério da Cultura e manutenção da Cia Oficina pela Petrobras. As peças serão apresentadas de 25 a 28 de junho no Teatro de Estádio (instalação itinerante montada no Campus de Ondina da UFBa, atrás da Escola de Dança da UFBA). Todos os espetáculos de teatro são gratuitos, com sugestão de doação voluntária de 1kg de alimento não perecível, brinquedos e flores para a peça Cacilda!

O “Carronaval das Dionisíacas” é composto por 29 músicos e atores da companhia em cena, numa equipe que engloba mais de 100 pessoas em todo o Brasil. Somente O time que viaja na turnê (formado por técnicos, produtores e artistas) conta com 57 pessoas. Em cada cidade visitada, um teatro/instalação (chamado de Teatro de Estádio) com capacidade para 2 mil pessoas é construído, abrigando uma estrutura de duas toneladas de equipamento de som, 150 refletores, dez projetores de vídeo, 12 tendas de camarins e área de convivência para comidas e bebidas. Uma equipe de vídeo (responsável pelas gravações e projeções durante as peças) e outra de web, ainda compõem o Dionisíacas, pois os espetáculos são transmitidos ao vivo pelo site www.teatroficina.com.br.

O primeiro espetáculo teatral a ser apresentado acontece no dia 25 de junho (sexta feira, 20h). Trata-se de Taniko, o Rito do Mar, baseado em peça de Zeami (1363 a 1443), dramaturgo e dançarino japonês criador do Teatro Nô. Numa recriação de Luis Antonio e José Celso Martinez Correa, esse rito foi transformado na primeira viagem dos imigrantes japoneses ao Brasil, oferecendo ao público um musical “nô bossa nova tranzênicu”. Taniko é um espetáculo diferenciado na programação do Dionisíacas – tanto pela sua duração, de cerca de 1h30, quanto pela encenação, indicada ao público de todas as idades.

No dia 26/06 (sábado, 18h) será a vez de Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda!!, segunda parte da maxi série teatral sobre a vida e obra da atriz Cacilda Becker, aqui em início de carreira, interpretada por Anna Guilhermina. Escrita e dirigida por José Celso Martinez Corrêa e Marcelo Drummond, trata-se da mais recente obra da Cia Oficina – foi produzida no final de 2009 –, passeando pela história do Brasil entre as décadas de 1940 e 1960, sob o ponto de vista de uma das maiores artistas brasileiras.

Já no dia 27/06 (domingo, 18h), o público poderá conferir Bacantes, de volta a Salvador depois de 14 anos desde a primeira encenação no MAM. A peça reconstitui o ritual de origem do Teatro em 25 cantos e cinco episódios. Com música composta por Zé Celso, a última tragédia grega conhecida – Bakxai (406 a.C.), de Eurípides –, é encenada como ópera de Carnaval para cantar o nascimento, morte e renascimento de Dionysios, Deus do Teatro. Uma das mais conhecidas – e polêmicas – obras do Teatro Oficina, Bacantes foi apresentada em 1996 com enorme sucesso na capital baiana, em sessões que até hoje são consideradas por artistas do grupo como algumas das mais instigantes da história da Cia.

As apresentações teatrais serão encerradas no dia 29/06 (segunda feira, 20h), com O Banquete. Criado e recriado por Sócrates, Platão e Zé Celso, numa Ode ao Amor, a montagem traz para a cena entidades míticas como Zeus, Hera, Eros, a deusa Embriaguez, Pênia, Jesus e Fidel Castro, reunidos numa festa promovida por um grande ator grego que acaba de encenar as Bacantes no Teatro de Estádio. A peça foi montada a convite do Festival de Zagreb, na Croácia, e em junho de 2009 iniciou temporada em São Paulo, também com enorme sucesso. A encenação marca a comemoração final das Dionisíacas e é seguida de uma grande festa com o público, ao som da Banda Tigre Dente de Sabre, cujos músicos acompanham a turnê.

Público Baiano – “O fato do público baiano gostar de brincar e atuar, e, principalmente, de reconhecer a mitologia grega através dos cultos afro-brasileiros faz com que ele tenha uma compreensão muito maior da nossa encenação que em outros lugares”, comenta Zé Celso, que pretende conseguir nessa turnê o mesmo sucesso de público das visitas passadas a Salvador.


Serviço

Oque: Dionisíacas

Quem: Teatro Oficina Uzina Uzona - SP

Quando: de 25 a 28 de junho de 2010

Onde: no Campus de Ondina da UFBa, atrás da Escola de Dança.

Entrada gratuita: Doação Voluntária de alimentos, brinquedos e flores.


Para saber mais:

www.teatroficina.com.br

http://www.youtube.com/tvuzyna

http://blog.teatroficina.com.br/


Este texto foi compilado do site: http://teatroficina.uol.com.br/menus/45/posts/355 acessado dia 24/06/2010 as 19:21h


sexta-feira, 18 de junho de 2010

A PUREZA DO SILÊNCIO


A Escola de Teatro da UFBA e o CAS Wilson Lins convidam para:
Defesa publica do Trabalho de Conclusão de Curso de
Marcos Antônio dos Santos Fernandes

Intitulado

A PUREZA DO SILÊNCIO:
A FUSÃO ENTRE A ARTE DO PALHAÇO E A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS ENQUANTO POÉTICA CORPORAL NO ENSINO DE TEATRO
Banca Examinadora:
Ms. Demian Moreira Reis (Orientador)
Ms. Carla Meira Pires de Carvalho (Escola de Teatro da UFBA)
Ms. Simone Santos Barbosa de Andrade (CAS Wilson Lins)
Quando: 01 de julho de 2010 as 15 horas
Onde: Escola de Teatro - UFBA

RESUMO

A pesquisa A pureza do silêncio: A fusão entre a arte do palhaço e a Lingua Brasileira de Sinais enquanto poética corporal no ensino de teatro, trata de questões de acessecibilidade das artes. Tendo foco a articulação entre o palhaço enquanto linguagem teatral e a LIBRAS enquanto lingua e expressão dos surdos. O estudo foi realizado a partir de uma experiência prática usando como campo de observação os educandos de uma turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do CAS Wilson Lins, instuição especializada na no atendimento e educação de surdos, onde através de aulas de teatro a partir das tecnicas da arte do palhaço, buscou-se lançar um olhar sobre os surdos e enxergar em sua forma de comunicação potencialidades corporais em comum com a técnica do palhaço. O objetivo deste estudo foi discutir e refletir sobre o desenvolvimento de aulas de teatro com surdos da EJA, que dialogando com as diferenças, tornou-se um espaço de informação a respeito destes indivíduos, sócio e culturalmente marginalizados. Neste relato é possível observar considerações sobre a arte do palhaço e aspectos históricos sobre a Educação de Jovens e Adultos e dos surdos no Brasil, além de uma analise descritiva da ação realizada e metodologia proposta.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

DOMINGO NO PARQUE: MOVIMENTO ABRE RODAS NO PARQUE DE PITUAÇU

“O palhaço
é a dilataçãodo que temos de mais puro,
belo e rídiculo em nossa essência humana”


“O Movimento Abre Rodas consiste em convidar diversos palhaços para participarem de rodas em praças ou parques com a finalidade de estabelecer em devidos locais, a cultura da arte do palhaço” (Thiago Enoque – Palhaço Sabiá), e foi mais uma vez, com esta finalidade, que a Cia Pé na Terra marcou presença na manhã de domingo dia 30 de maio no Parque de Pituaçu, abrindo uma roda com crianças de 3 a 90 anos, pais, mães, filhos, tios e avôs e até um cachorrinho que também insistia em participar da Função, mesmo sem ser convidado, arrancando do público e dos próprios Paspalhos muitas risadas.
A Função começou com os Paspalhos Sabiá (Thiago Enoque), Caxambô (Igor Sant’Anna) e Farrapo (Marcos Fernandes). Logo que entraram na praça de sempre no Parque de Pituaçu foram surpreendidos por um dos seguranças dizendo que alí haveria um evento e que eles não poderiam realizar o trabalho do dia, mas a Super Mamãe Carla de Miranda (Didi Siriguela) e seu filhinho “Grockninho” foram até a administração do Parque e descobriram que foi tudo um mal entendido, ainda bem, pois os Palhaços já estavam fazendo a maquiagem, vestindo suas roupas e fazendo uma pré-convocatória da função. Palhaço Sabiá estava todo serelepe gritando, cantando, pintando o sete e a cara, enquanto chamava a atenção das pessoas ali presentes e dos passantes que logo se chegavam para ver o que estava acontecendo.
Farrapo e Sabiá foram chamar as crianças para um aquecimento vocal com um idioma inventado na hora. De pronto as meninas e meninos entenderam o que estava sendo dito e foram conversar com seus pais e entre sí aquele novo idioma, fazendo a maior algazarra e divertindo todo mundo.
O Paspalho Sabiá convocou dois voluntários da platéia para serem os organizadores da roda, duas crianças que ficaram encantadas com a função de assistente de palco que lhes foi dada.
O Paspalho Caxambó foi fazer a vez de anfitrião, fazendo a abertura da roda, apresentando os palhaços e com seu mini violão, cantando e tocando e chamando a platéia que já estava animada para se animar mais ainda, batendo palmas e acompanhando suas cancões.
O clima estava ótimo, o contrato havia sido estabelecido entre eles, os palhaços e a platéia, todos queriam se divertir, cantar e dançar, mesmo os mais tímidos foram ajudados pelos paspalhos Sabiá e Farrapo que ficavam de fora da roda fazendo a maior animação.
Depois desta apresentação foram revesando na roda, com números ensaiados, improvisados e combinados ali na hora. As pessoas acompanhavam admiradas as paspalhices, rindo e batendo palmas deixando o clima cada vez mais cheio de criatividade, alegria e fantasia.
No fim do número “ping pong de mosquito” com o morte do palhaço Caxambó fomos surpreendidos com a chegada das Palhaças Ricota (Suzana Costa) e Tororó (Rose Boarte) que já chegaram chorando, interagindo com a cena. Já foram assumindo a ação e entrando na roda apresentando seus números.
O Movimento Abre Rodas fechou a função em Pituaçu, deixando no coração de muitos ali presentes uma sensação gostosa de riso, de infância e da espontaneidade que muitas vezes perdemos no corre-corre do dia-a-dia. Foi a primeira vez que participei dessa ação e pude ver nos olhos de muitos ali presentes, crianças ou não, a esperança que nasce com o riso, com o lúdico e com a criatividade que é tão incentivada por inicitaivas como essa, que tem aspiração de inspirar e revelar processos de graça e de “cura pelo riso”, dando oportunidade a famílias inteiras de se divertirem e de conhecer novas criações artísticas, em um espaço publico aberto que é frequentado por diversas pessoas, de todas as partes da cidade quiçá do mundo.
Foi um prazer acompanhar esta função e prazer maior ainda foi ter recebido a incumbência de escrever sobre, pois apesar da responsabilidade tamanha de informar a todas e todos o que aconteceu nesta Roda de domingo, revivi na memória a alegria de ter acompanhado inciciativa tão rica de perpetuar a arte do Palhaço que tem o prazer de transformar a todos nós, quem faz e quem assiste.

Aproveito para agradecer como amiga, namorada, fã e paspalha, meu muito obrigada a tod@s paspalhas e paspalhos.

Valdíria Souza
Palhaça Moréia
Quem quiser saber mais sobre o Movimento Abre Rodas segue o endereço do blog: http://www.penaterradospalhacos.blogspot.com